segunda-feira, 30 de março de 2009



“Há que se calar para ouvir a alma falar...”

Tive meu tão desejado momento de silêncio.
Durante seu ápice, obtive o prazer de apresenta-me
E conhecer-me novamente, nele (no meu silêncio).
Aquietei-me.
Finalmente.
Houve paz.
Mas o que há de durar para todo o sempre?
Há de durar uma vida inteira?
Há de perdurar durante o “meu tempo”?
O (meu) silêncio pode ser efêmero. A (minha) paz também.
Mas, a dor se foi. Aquela que arrancava o sangue da alma.
Posso respirar agora.
Meus fantasmas descansam em paz. Não quero acordá-los...
Deixe-os repousar em seu leito de glória.
Apenas por um instante...
Esse instante!
“Nada consegue ser tão bom e perfeito
a ponto de dissolver a tristeza que habita minh’alma...”

Ps. Mas houve alguém que enfrentou e calou meus fantasmas.
Por mim...

terça-feira, 24 de março de 2009



Estou a tanto tempo tentando
“acertar-me”, pôr-me em ordem, alinhar-me...
Estou corrigindo-me, vigiando-me, torturando-me o tempo todo... Simplesmente para saber onde eu pequei?
Sim, sei dos meus pecados, dos velhos pecados, daqueles que jamais serão perdoados,
Não são esses que corroem meu juízo agora.
Refiro-me aos meus pecados inocentes, àqueles que eu deixei minha alma cometer suicídio
Àqueles que eu permiti em inverdades anunciar-se e tomar conta do que restou de mim....
Mas onde foi que eu pequei? Será que eu perdi essa parte?
Não é o limite da perfeição, é apenas o início da razão.
Rega-me com palavras das quais eu sempre pude me fortalecer. Se delas não posso mais sugar meu alento, então desisto do mundo!
Temo que meus pecados não sejam só meus...Só faço “parte” deles.
Ps. Não é tão engraçado quanto parece ser...

sexta-feira, 20 de março de 2009


Quando venho... e a tempos não venho, venho ao meu "canto" do lamento,
Entoar uma melodia desconhecida, dissonante, irritante.
Venho expor a face oculta, venho finalizar um processo, venho ver a chuva passar.
Para lavar a alma, umedecer os pensamentos, regar a demência.
Venho sair de dentro de mim só para me analisar, me criticar, me esvair.
Sumir.

segunda-feira, 16 de março de 2009


Vontade de poesia...
De sentir-me mais feminina...
De gozar e lambuzar...
Vontade de sentir um abraço apertado...
Um beijo molhado...
Uma vibração entre as coxas...
Um surrurro acanhado...
Um toque suado...
Vontade de sentir-me mulher...
Poesia...
Sedução...
Vontade de sentir um pouco mais...
Paixão.
(°Broken°)
...
"Eu sou aquela que pede licença para viver
e se desculpa em seguida.
Me sobram pés e mãos e atravesso a vida
sem bolsos e descalça.
Sem me desviar das situações.
Eu sou aquela que se lambuza no caramelo
e tropeça na saia do vestido curto.
Quando gritam na rua : - Olha ela!
Sou eu que me viro.
Sempre troquei as bolas,
Sempre ri fora de hora.
Como a vida sem saborear,
passo a mão sem explorar o tato,
amo sem gorjeio.
Me exponho na esperança de secar o poço.
E ser tão normal quanto a minha vizinha,
que engole seus sapos, com dignidade."
(Joana Fomm)

... e mais:

Eu
Eu ...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,
e desta sorte
Sou a crucificada ...
a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte

"Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê..."
Sou talvez a visão que

Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
(Florbela Espanca)

terça-feira, 10 de março de 2009



1. Eu compreendi que sempre haverá dor...
Eu compreendi que minhas marcas e cicatrizes sempre estarão em lá,
que, em um ou dois momentos de alegria e plenitude eu me esquecerei
delas, mas contudo, ao primeiro sinal de sofrimento, elas serão lembradas
E com elas virão a dor e o constrangimento. Não sei mais como devo agir.
Perdi-me mais uma vez...
...
2. Estou começando a sentir que meu lugar é verdadeiramente a escuridão.
Nesse universo eu posso lutar de igual para igual contra meus monstros...
Sinto-me forte..., inatingível... e assim o é.
Posso esconder-me onde eu desejar,
Posso enfrentar quem e o que eu desejar...
Posso ser quem eu quiser ser... posso esquivar-me sem que se possa notar,
Posso dominar, posso rir... posso chorar...
...
3. Sei que nesse universo nada haverá de pegar-me de surpresa.
Sempre estarei pronta!
Porém,
Diante da luz,
Sou frágil... Estou exposta com todas as minhas dores e feridas...
Sei que,
Onde há luz, nem sempre há felicidade...
Simplesmente porque a luz clareia a vida (e os monstros que ela contém)
E isso pode não ser extamente o que se espera encontrar...
...
4. Por vezes a luz mostra a parte mais mundana e nojenta das pessoas!
Mostra a verdade!

(°broken°)

sábado, 7 de março de 2009



Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Não tomes estas palavras para si...
São apenas lamentos de Vinícius de Moraes.
Se fossem tomadas por ti, seriam a mim colocadas,
pois essa "ausência" deveria ser minha...
Deveria ser o "meu silêncio"...
Deveria ser o "meu vazio"...
E sim... deveria ser esse, o "meu nada".
(°Broken°)

segunda-feira, 2 de março de 2009



Cansei-me de tanto eco...
De tantos que eu pronunciava e voltavam a mim... imutáveis
Deixa-me agora...
Em meu silencio...
Preciso dele tanto quanto preciso do ar para respirar!
Preciso aquietar-me a mente e colocar ordem o caos de uma vida.
Um instante de paz...
Aprecie-me também em meu silêncio, não se torture por não encontrar as minhas respostas sempre, onde e quando você desejar tê-las simplesmente para satisfazer seu íntimo...
Elas estarão em algum lugar, longe de mim talvez... Perdidas talvez... Mas ainda existirão.
Se estou em meu silêncio, não cabe dizer que estou “ausente”...
Significa que, nesse momento, especialmente nesse, preciso de “espaço” para encontrar-me.
Deixe agora encher-me com um pouco do nada...
Deixe agora ecoar apenas um grito mudo nesse nada... O meu.
Para libertar-me... Para saciar-me...
Para encontrar-me... Para aquietar-me!
“Há que se calar para ouvir a alma falar...”