terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal...

Esse ano, meu natal veio em silêncio...
E nele permanecerei.
Todos os anos que antecederam à esse,
em quem as ocupações de fim de ano,
fizeram mente, corpo e tempo ocupados em
excesso (o que para mim, sempre foi muito
proveitoso, devo dizer), havia, entre meios,
sempre muito "barulho", muito riso, muitas
palavras, muitos, muitas... e mais!
Sim, eu gosto da magia que essa época do ano tem.
Sim, eu gosto de ver no rostos dos pequeninos o
sorriso e o brilho distintos!
Sim, eu gosto de ver a mudança das cores nas pessoas...
Tudo realmente fica mais "colorido". Dentro e fora.
Sim, eu realmente gosto do Natal.
Mas esse ano, farei diferente. Não hei de saber se será
bom ou ruim, mas será diferente...
Sempre gostei do "diferente"....
Será meu natal "diferente",
Será o natal do meu silêncio.
Ele veio e permanecerá assim.
Esse ano. Talvez só esse.
Não prometo não sorrir e não chorar,
como nos últimos anos o fiz.
Mas prometo que estarei serena, calma e
confiante para o próximo que virá.
Esse ano eu deixo um Feliz Natal...
Com muita paz e serenidade para todos!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


..."Por que negar que até tu me traíste com a palavra irônica e assoberbada, com o olha corroído de inveja e ódio ao ocultar que a perda não fazia parte da sua estirpe? Negavas com veemência a chegada da tua hora e te empunhavas de rigidez, ignorância, intolerância crua, rudeza de sentimentos e mentiras. Defendia-te a ti mesmo..."


..."Usou-se palavras ferinas, dessas que envenenam o coração, oferecendo munição à todo aquele que não podendo aniquilar seus desafetos, o faria simbolicamente com palavras deletérias."

Ps. A maldade está nos olhos de quem lê.


Textos do "Lobo da Estepe" e net.



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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"Com uma reverência tão profunda pela Verdade
(em letra maior),
como jamais animou o peito de um homem,
eu limitaria, não obstante,
até certo ponto, seus modos de revelação.
Eu os limitaria para reforçá-los.
Não os enfraqueceria pela dissipação.
As exigências da Verdade são
rigorosas. Ela não tem simpatia pelos loucos. (...)
Deve ser cego de fato
quem não percebe a diferença radical e
abismal que existe entre as
maneiras verídica e poética de revelação.
De ser teórico-maníaco sem
remédio quem, a despeito destas diferenças,
persiste ainda em tentar
conciliar os óleos adversos da Poesia (lúdica)
e da Verdade."

(Edgar Allan Poe)
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Quem és?


Não sei quem és tu. Não sei por que viestes aqui. Não sei o que procuras.
Não sei o que desejas. Tu me lês em minhas palavras insanas.
Não tente entendê-las. Nem eu as entendo.
Quanto mais tentar, mais entrará no meu labirinto.
Como eu entrei e estou aqui.
Perdi-me.
Perder-se-á comigo.
Ainda quer continuar? Venha. Ou vá.
Não sou normal. Não tento ser. Você o é? Explique-se.
Porque não sei me explicar. Não sei quem sou. Eu sou assim.
Só sei que sou intensa demais, impulsiva demais.
Não sei dizer se é bom ou ruim. Apenas o sou.
É só isso.
Não me tente decifrar. Não me tente.
Não me tente!
Tenho códigos. Segredos.
É muito complexo. Eu sou complexa. E não sei quem você é.
Existimos. Sabemos. Coexistimos.
E é só o acaso.
Agora estamos ligados. Tu e eu. Nessas palavras insanas.
É atração.Ação e reação. Consecutivamente.
É o que lês, o que pensa e o que julgas.
De mim. Esta sou eu.
Insana demais, impulsiva demais, intensa demais, complexa demais.
Sobriamente insana. Ardentemente intensa. Compulsivamente impulsiva.
Perplexamente complexa. E só. Nada mais.
Entendes? Compreendes?
Não sei quem tu és. Não sei o que queres.
Tu me lês? Minhas palavras?
Minhas letras? Segue minhas letras?
Eu sigo a vida.
Apenas acompanho seus passos.
A dança ininterrupta dos dias. Das horas. Do tempo. Dancei.
Dancei até o abismo. Saltei.
Caí no labirinto.
Perdi-me. Encontrei-me.
Estou aqui. Eu sigo a vida.
A vida é insana. Eu o sou. Quem não é?
Somos um pouco de tudo. E um pouco de nada.
Ou o tudo, ou o nada.
E ainda não é o suficiente. Eu sou o nada.
O vazio. O silêncio.
E insisto dizer que não sei quem sou.
Tu sabes quem és?
Eu não o sei.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

De alguma forma, ainda sinto-me perdida.
Sem cor, desfocada. Não sei se encontrei minh'alma
Ou se ela encontrou a mim. Ou se ainda está perdida.
Ou se era apenas uma das mil alma a que tenho direito.
Sinto-me estranha. Incompleta. Eu... sem mim.
Procuro-me em mim sem nunca me encontrar.
E se me perdi para sempre? E se eu perdi todas as
almas? E se elas não quiserem mais voltar?
Estranha sensação de infinito vazio.
Se saí de mim, não era eu, definitivamente.
O que há de errado? O que está faltando?
Um pouco de tudo. Um pouco de mim.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

“...Todo mundo tem segredos.
Ou pelos menos as pessoas interessantes.
Nada mais chato que alguém mapeado, retilíneo, constante, bonzinho, doce, amável.
Para mim, só vale a pena quem tem um cadáver no armário, uma sombra perigosa, um poço fundo.
Pessoas simplórias são como muitos dias de sol seguidos: agradáveis e infinitamente entediantes.É a falta de obviedade desperta a curiosidade.
Não é à toa que os mitos nascem da dualidade, da pouca incidência de clareza sobre sua personalidade: ninguém fica embasbacado pela simplicidade do seu Zé da quitanda (no máximo, enternecido).
Somos fascinados pelo que não entendemos, amamos o desconhecido—
por isso mergulha-se à noite, escala-se o Himalaia, come-se fora de casa, trai-se.
Por isso Jennifer Aniston é apenas uma menina doce enquanto Angelina Jolie, uma semi-deusa conturbada.
Por isso os vilões são mais tesudos que os mocinhos:
é só quando ultrapassamos a barreira do familiar, do seguro, que nos tornamos verdadeiramente pessoas.
Menos ingênuas, é certo, mas completas.Ter segredos é viver intensamente, é a prova de que a realidade é muito mais do que nossos forçados sorrisos de bom dia, o escritório claustrofóbico, o saldo negativo.
Ter segredos é ter coragem de arcar com o peso de ser único. Porque quem não se arrisca, não faz besteira, não vive: apenas gasta o tempo que deveria ser aproveitado apaixonadamente.
Apenas caminha sobre os dias rumo à morte.”


(Texto extraído da net)







terça-feira, 20 de outubro de 2009

Divagações..
.
Havia um corpo e uma alma
Visão distorcida
Corpo estilhaçado ao chão,
alma despedaçada no ar
Perdi ambos...
Solidão.
Tempo se foi. Passou.
Sentidos perderam o sentido, sem sentido
Sentimentos e pensamentos...
...Distorcidos
Lamento.
...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


Breathe

Deixei-o ir, pouco a pouco.
Afinal, de nada servia mantê-lo dentro em mim.
Doía mantê-lo, contorcia-me com sua presença e com sua falta.
Para quê retê-lo?
...
Se ele voltaria para mim sempre e sempre, em aromas diferentes
E eu o saborearia em minhas entranhas de todas as formas possíveis?
Para quê apressar-me?
Esperei o momento exato.
....
Então, abri todo o meu ser para que pudesse estar em mim novamente.
Enchi minhas mãos e meus olhos e dele provei mais uma vez
Toda a sua plenitude.
Senti um pouco a vida.
E ele era a vida.
...
Era um preenchimento do que antes, não tinha nada.
Gostava dele em mim.
Fechei meus olhos.
Hora de ir. De novo.
Breathe... again...
...

terça-feira, 6 de outubro de 2009


Tudo novo de novo.
.
Depois de testar uma infinidade de templates,
Cores, html’s, figurinhas e outras “cositas mas”,
Cheguei à conclusão:
E gosto de PRETO!!!






segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"I'm selfish, impatient,
and a little insecure.
I make mistakes,
I'm out of control and at times
I'm hard to handle.
But if you can't handle me at my worst,
then you sure as hell don't deserve me at my best."


Marilyn Monroe

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

"De passagem."


Pensei na vida,
E na ausência dela.
Não exatamente na morte (ausência completa),
Mas na vida em todo o seu contexto,
Em toda sua plenitude,
Em toda a sua perfeita imperfeição.
Pensei na morte.
E na ausência dela.




A vida.
Tu vives e morres um pouco a cada dia.
Não aquela morte do fim, mas o fim de cada dia. É inevitável.
Flertaste com a morte, eu sei, mas ela nunca olhou diretamente para ti..
Ela evitou teus olhos, mas sempre esteve sempre atenta às tuas atitudes.
Ela espera, apenas, o momento que tu venhas a distrair-te com a vida,
Para tomar-te em seus braços e apossar-se do que lhe é de direito:
"A própria vida."
Não aconteceu. Ainda. Obviamente.

A morte.
Ela avança sorrateira, um pouco a cada dia.
Há que se viver teu dia como se fosse o prelúdio para o próximo amanhã,
Vive-o com toda a plenitude e imperfeição que lhe é de direito.
Use-o com sabedoria, pois a vida olha e sorri diretamente para ti,
E está atenta às tuas atitudes e ao momento.
Se este dia se foi,
Morreu.
Mas não será esquecido. Só não existirá mais.
Caberá somente a ti escolher se a morte do teu dia será com um sorriso
Ou com uma lágrima.
A morte faz parte da vida e a vida faz parte da morte.
A morte de cada dia.
Acontece todo o dia.

domingo, 2 de agosto de 2009



Despi minh’alma para o último sentimento sepultado no coração.
O desafeto.
Recebi-o de braços abertos, e que se fizesse festa dentro em mim
por uma e última vez.
Mas era o desafeto... Queria algo de mim que não o podia dar-lhe.
Então roubou-me.
Traiçoeiro.
Supliquei-te: Traga-me de volta, devolva-me o que levaste de mim, sem piedade.
Ouvi o eco na escuridão. Querias matar-me, por certo.
Não era imortal, nem era mortal. Não era a sombra, o vazio. Era o nada.
Supõe que faças uso do que me pertence contra mim?
Lembre-se de que conheço perfeitamente as armas que agora detém.
Eram minhas.
Não fui ingênua ao oferecer-te abrigo. O fiz porque era preciso.
Não houve sacrifício, houve veracidade.
Era apenas o último sentimento.
Não era nada.

Esta noite, deixarei minha porta aberta...

quinta-feira, 2 de julho de 2009


Póstumo

Não restou mais nada... De nada.
Não havia mais solidão...
Nem tristeza...
Nem o vazio...
Não havia mais lágrimas, nem medo, nem escuridão...
Cessou-lhe as palavras, os sentimentos, a emoção...
Esgotaram-se as esperanças...
Os pensamentos...
Os sons, as batidas...
Do coração.
Do coração...
Então não digo nada, com coisa alguma.
Repito: “Nada, com coisa nenhuma”.



Ps. Minhas condolências à minha alma morta.

“Se alguém perguntar por mim,
Diga que só vou voltar
Quando puder me encontrar...”

terça-feira, 16 de junho de 2009



Palavras que amo... todas.
(Quase todas)!
Cultas, ocultas, abstratas, sozinhas, acompanhadas...
Nas entrelinhas, caladas.
Reticentes, entre parênteses
Sussurradas...
Ensandecidas, efêmeras, enfadonhas, evasivas...
Desmazeladas...
Difusas, confusas, tolas, capciosas, provocáveis...
Amargas... (e nem tanto)...
Instáveis...
Censuradas...
Aleatórias, estúpidas, bem ditas, malditas, infinitas...
Vãs...
Melancólicas...
Letárgicas...
Nostálgicas...
Sádicas...
Amo-as. Amo-as!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

.
A noite se foi de dentro de mim, amanheci.

sábado, 16 de maio de 2009



Não sei mais escrever, perdi o jeito. Não pretendo mais escrever como °Broken° escrevia seus lamentos e chorava suas lágrimas de sangue, pretendo eu escrever os meus próprios lamentos e minhas próprias lágrimas.
Não sei ser mais a °Broken° (que deveria ser apenas uma personagem e não foi), nem ela sabe mais ser a mim. Pretendo agora, escrever um pouco da minha alma verdadeira, da minha dor verdadeira e da minha tristeza verdadeira.
°Broken° ficará no passado ...ela não será acordada para sofrer as somas das minhas dores. Uma de mim já basta. Sofrimentos múltiplos não me apetecem.
Não somos a mesma pessoa, mas somos iguais. Eu e ela.
Escrevo por intuição.
Sou tão demente quanto ela, apaixonada pelo nada e pelo vazio.
Nesses “espaços” não há dor.
No vazio não há dor...
Queria estar lá...

sexta-feira, 24 de abril de 2009



Certas vezes o passado toma minha mão e diz:
“Segue-me!”

À aquela parte do tempo que ficou para trás, a tudo o que está no período anterior a este, ao agora, me chama a caminhar consigo...
Dizem ser a presença do passado, no momento presente, um afrouxo das defesas. Mas quem disse que era, ou sou, ou serei forte?
Não me apetece reviver a dor, mas é involuntário que não consiga esquecer.
Lamento apenas que dentre tantos relatos de dias e noites de sofrimento, houvesse momentos de extrema plenitude. Sofrimento e dor deveriam ser descartados da lembrança, deixados a esmo em algum lugar do passado. Perdidos.
Que se houvesse apenas a reminiscência do que nos foi de todo agraciado.
Meu soturno lamento provém do fato de que a sinopse das minhas lembranças contém meus mais profundos infortúnios inclusos.
Impossível permanecer imparcial a este estado intrínseco do meu ser.
Ali atrás, no meu passado conturbado, possivelmente eu dissesse ou até gritasse desesperada e amarguradamente:
“Não! Vás embora de mim! Deixe-me me paz!”

Hoje é bastante possível eu dizer calma de dominantemente:
“Sim, vamos”...

segunda-feira, 13 de abril de 2009



Libertastes-te de mim.
Libertastes teu peito de mim sem sentir.
Lentamente, tu viraste as costas e
Afastastes como se não existisse nada mais para olhar...
Como se não fosse tu quem o eras.
Teu corpo já não sentia mais o meu... não mais
Tua mente, incapaz de pensar, de decifras teus sentimentos tão contraditórios
Seguiu em frente. À tua frente.
...
Petrifiquei-me pelo misto de emoções.
Fui incapaz de voltar atrás.
E te pedir que me desta tua mão e assim ficasse para sempre comigo.
Você estava livre.
Livre de mim...
Para sempre...
...
Conseguiste finalmente o que tanto eu busquei.
Perdoa-me, porque não soube ser tão forte quanto tu foste.

quarta-feira, 8 de abril de 2009



°Broken° infelizmente terá que partir...
°Broken° foi uma criatura imune a tudo e a todos...
Nada podia atingi-la ou tocá-la...
Era enigmática, efêmera, impulsiva, intuitiva, imperiosa, intensa, irônica...
Incontrolável... e tanto mais “es” e “is” lhe coubesse.
Mas houve que °Broken° em toda a sua magnitude e inacessibilidade... Foi-se tornando sensível, frágil... quase “tocável”...

Então °broken° foi contaminada...

Tornou-se vulnerável,
“Quebrável”...
°Broken° se machucou...
Onde havia uma força inesgotável e incontestável, restaram apenas pedaços e lembranças de um tempo de propensão.
A essência permanece...
Os segredos também...
Um tempo harmonioso e distinto, como nenhum outro...
Um tempo de riqueza, conhecimento e encantamento...
°Broken° não é uma fênix que renasce das cinzas,
°Broken° é uma experiência surpreendentemente cativante, inigualável...
Uma personagem, que será lembrada por mim, por seus grandes feitos...
°Broken° foi meu lado obscuro... foi a minha dor...
Foi a parte mais negra e dolorosa de minha alma...
Uma parte que não existe mais...
...°Broken° ... Pedaços de uma alma...

segunda-feira, 30 de março de 2009



“Há que se calar para ouvir a alma falar...”

Tive meu tão desejado momento de silêncio.
Durante seu ápice, obtive o prazer de apresenta-me
E conhecer-me novamente, nele (no meu silêncio).
Aquietei-me.
Finalmente.
Houve paz.
Mas o que há de durar para todo o sempre?
Há de durar uma vida inteira?
Há de perdurar durante o “meu tempo”?
O (meu) silêncio pode ser efêmero. A (minha) paz também.
Mas, a dor se foi. Aquela que arrancava o sangue da alma.
Posso respirar agora.
Meus fantasmas descansam em paz. Não quero acordá-los...
Deixe-os repousar em seu leito de glória.
Apenas por um instante...
Esse instante!
“Nada consegue ser tão bom e perfeito
a ponto de dissolver a tristeza que habita minh’alma...”

Ps. Mas houve alguém que enfrentou e calou meus fantasmas.
Por mim...

terça-feira, 24 de março de 2009



Estou a tanto tempo tentando
“acertar-me”, pôr-me em ordem, alinhar-me...
Estou corrigindo-me, vigiando-me, torturando-me o tempo todo... Simplesmente para saber onde eu pequei?
Sim, sei dos meus pecados, dos velhos pecados, daqueles que jamais serão perdoados,
Não são esses que corroem meu juízo agora.
Refiro-me aos meus pecados inocentes, àqueles que eu deixei minha alma cometer suicídio
Àqueles que eu permiti em inverdades anunciar-se e tomar conta do que restou de mim....
Mas onde foi que eu pequei? Será que eu perdi essa parte?
Não é o limite da perfeição, é apenas o início da razão.
Rega-me com palavras das quais eu sempre pude me fortalecer. Se delas não posso mais sugar meu alento, então desisto do mundo!
Temo que meus pecados não sejam só meus...Só faço “parte” deles.
Ps. Não é tão engraçado quanto parece ser...

sexta-feira, 20 de março de 2009


Quando venho... e a tempos não venho, venho ao meu "canto" do lamento,
Entoar uma melodia desconhecida, dissonante, irritante.
Venho expor a face oculta, venho finalizar um processo, venho ver a chuva passar.
Para lavar a alma, umedecer os pensamentos, regar a demência.
Venho sair de dentro de mim só para me analisar, me criticar, me esvair.
Sumir.

segunda-feira, 16 de março de 2009


Vontade de poesia...
De sentir-me mais feminina...
De gozar e lambuzar...
Vontade de sentir um abraço apertado...
Um beijo molhado...
Uma vibração entre as coxas...
Um surrurro acanhado...
Um toque suado...
Vontade de sentir-me mulher...
Poesia...
Sedução...
Vontade de sentir um pouco mais...
Paixão.
(°Broken°)
...
"Eu sou aquela que pede licença para viver
e se desculpa em seguida.
Me sobram pés e mãos e atravesso a vida
sem bolsos e descalça.
Sem me desviar das situações.
Eu sou aquela que se lambuza no caramelo
e tropeça na saia do vestido curto.
Quando gritam na rua : - Olha ela!
Sou eu que me viro.
Sempre troquei as bolas,
Sempre ri fora de hora.
Como a vida sem saborear,
passo a mão sem explorar o tato,
amo sem gorjeio.
Me exponho na esperança de secar o poço.
E ser tão normal quanto a minha vizinha,
que engole seus sapos, com dignidade."
(Joana Fomm)

... e mais:

Eu
Eu ...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,
e desta sorte
Sou a crucificada ...
a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte

"Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê..."
Sou talvez a visão que

Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
(Florbela Espanca)

terça-feira, 10 de março de 2009



1. Eu compreendi que sempre haverá dor...
Eu compreendi que minhas marcas e cicatrizes sempre estarão em lá,
que, em um ou dois momentos de alegria e plenitude eu me esquecerei
delas, mas contudo, ao primeiro sinal de sofrimento, elas serão lembradas
E com elas virão a dor e o constrangimento. Não sei mais como devo agir.
Perdi-me mais uma vez...
...
2. Estou começando a sentir que meu lugar é verdadeiramente a escuridão.
Nesse universo eu posso lutar de igual para igual contra meus monstros...
Sinto-me forte..., inatingível... e assim o é.
Posso esconder-me onde eu desejar,
Posso enfrentar quem e o que eu desejar...
Posso ser quem eu quiser ser... posso esquivar-me sem que se possa notar,
Posso dominar, posso rir... posso chorar...
...
3. Sei que nesse universo nada haverá de pegar-me de surpresa.
Sempre estarei pronta!
Porém,
Diante da luz,
Sou frágil... Estou exposta com todas as minhas dores e feridas...
Sei que,
Onde há luz, nem sempre há felicidade...
Simplesmente porque a luz clareia a vida (e os monstros que ela contém)
E isso pode não ser extamente o que se espera encontrar...
...
4. Por vezes a luz mostra a parte mais mundana e nojenta das pessoas!
Mostra a verdade!

(°broken°)

sábado, 7 de março de 2009



Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Não tomes estas palavras para si...
São apenas lamentos de Vinícius de Moraes.
Se fossem tomadas por ti, seriam a mim colocadas,
pois essa "ausência" deveria ser minha...
Deveria ser o "meu silêncio"...
Deveria ser o "meu vazio"...
E sim... deveria ser esse, o "meu nada".
(°Broken°)

segunda-feira, 2 de março de 2009



Cansei-me de tanto eco...
De tantos que eu pronunciava e voltavam a mim... imutáveis
Deixa-me agora...
Em meu silencio...
Preciso dele tanto quanto preciso do ar para respirar!
Preciso aquietar-me a mente e colocar ordem o caos de uma vida.
Um instante de paz...
Aprecie-me também em meu silêncio, não se torture por não encontrar as minhas respostas sempre, onde e quando você desejar tê-las simplesmente para satisfazer seu íntimo...
Elas estarão em algum lugar, longe de mim talvez... Perdidas talvez... Mas ainda existirão.
Se estou em meu silêncio, não cabe dizer que estou “ausente”...
Significa que, nesse momento, especialmente nesse, preciso de “espaço” para encontrar-me.
Deixe agora encher-me com um pouco do nada...
Deixe agora ecoar apenas um grito mudo nesse nada... O meu.
Para libertar-me... Para saciar-me...
Para encontrar-me... Para aquietar-me!
“Há que se calar para ouvir a alma falar...”

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009



Vivo (sobrevivo) num lugar entre o céu e a terra.
Um lugar mágico, onde acontecimentos inacreditáveis se tornam reais.
Um lugar onde coloco como oferenda minha vida,
Desejando em troca apenas o ar para respirar...
Onde eu posso abrir meus olhos
E vislumbrar a criação e as criaturas...
Onde posso fechar meus olhos
E viajar em sonhos, em pensamentos...
Onde repousa meu corpo e minha alma...
Onde há sofrimento, angústia, dor...
Onde há carinho, amizade... amor...
Onde tudo o que possuo, pertence a terra.
Das lágrimas, aos anos de uma vida, de um objeto
Que escapa da mão à vida...
Naturalmente a gravidade da terra “quer” tudo, para si...
Mas há o céu, que tende a “querer”
Um pouco de mim... O a terra não tem o poder de absorver:
Minha alma... e o que nela contém.
Pensamentos, lembranças, sentimentos.
Quem nunca ouviu a expressão: “voar em pensamentos”...
De uma forma lúdica, alma é leve o suficiente para ir além,
Ou onde desejar.
Assim, enquanto sobrevivo, pertenço a esses dois mundos...
Meu corpo a terra, minh’alma ao céu.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009



Hoje, apetece-me falar sobre o dia que finda...
Hoje, apetece-me falar sobre o crepúsculo do entardecer...
Daquele instante em que o azul do céu se mistura a escuridão da noite...
Hoje, apetece-me falar de mim...
Da agonia da luz e das sombras que lutam por um instante de minh’alma...
Um instante... só um.
É nesse “instante” que me sinto feliz...
Onde a luz e a escuridão são permitidas coexistirem no mesmo lugar, ao mesmo tempo...
Onde posso enxergar minhas alegrias do passado misturadas à tristeza e a dor do meu presente...
Onde posso contrapô-las e avaliá-las...
Onde posso ser capaz de sorrir e de chorar... e até de esquecer...
Por um instante... ao menos um.. apenas um.
No instante em que o azul do céu da minha alma se mistura a escuridão da dor da minha tristeza...
Desejo ardentemente ser plenamente feliz... Como já fui um dia.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Não me acordes do meu pesadelo... e eu não o acordarei do teu sonho.
Mas se me acordares sem previstos, não te assustes nem por mim, nem por ti...
Serão apenas meus fantasmas perturbando teu sono.
Minha tristeza que é involuntária, não se culpe por ela... e eu não culpar-me-ei. Então, assim o será e assim estará tudo bem!
Nada consegue ser tão bom e perfeito a ponto de dissolver a tristeza que habita minh’alma. Tudo está sempre insuficientemente inacabado, imperfeitamente vazio...
Minha tristeza é só minha. Sou apenas “eu”. Clausura de mim mesma!
Só (não solidão), apenas silêncio...
(°broken°)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


...tá doendo. Chorei a noite toda...
Sem mais.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

“Onde há sofrimento há terreno sagrado.”
Aqui jaz minha alma...

Sinto-me frágil, parece que vou quebrar ao menor toque...
Ou a qualquer palavra.
Falta-me força para continuar.
Por que? Se tudo parecia bem!
Parecia...
Caminhos tortuosos que me confundem, ou apenas querem
Que eu simplesmente não esqueça que existe amor e felicidade
Em algum lugar...
Mas onde?
Será um crime buscar a plenitude?
Ao menos a plenitude do meu ser...
Uma alma foi dilacerada e grita desesperadamente pela libertação!
Incansavelmente busco um lugar onde posso deixar minhas letras sangrando... descansando do sofrimento da lembrança...
Deixo minhas letras, palavras, pensamentos e alma aqui!
“Onde há sofrimento há terreno sagrado.”
Aqui jaz minha alma...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009



Tentar e errar, mas não desistir de tentar...
Desistir e errar, mas não deixar de tentar...
Tentar e desistir, mas não deixar de errar...
Deixar e errar, mas não desistir de tentar...
Errar e tentar, mas não deixar de existir...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Recebi este texto por e-mail, faz um tempo.
Mas cabe perfeitamente aqui e agora! Vide:



Fôda-se por Millôr Fernandes
(adaptado)
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me."Não quer sair comigo?! - então, foda-se!""Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática...
No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem.
O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.
Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.
Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.



Precisa mais? ...hehehe

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009



Ah! Se pudesses ouvir o som do meu silêncio...
Ouvirias todas as minhas perguntas
E encontrarias todas as suas respostas...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Vago pelas ruas,
pelas linhas da vida,
pela escuridão da noite
Esperando que “ela” me encontre.
Sinto-me estranhamente randômica...
Não é dito que há um destino?
Por duas vezes senti sua presença,
Mas “ela” disse:
“Ainda não!”
Enquanto isso,
Finjo viver.
Finjo que a dor não corrói minha alma,
Que sou capaz de sobreviver e dominar a minha demência e a deste mundo...
Mas quem eu sou?
Eu?
Sou apenas mais uma insana n’ele!
Afinal, somos todos...
...
Então “ela” virá me buscar. E eu me deitarei nos braços “dela”
...e “ela” acariciará meus cabelos, como uma mãe que zela por sua criança,
E dirá: “Você não vai sofrer, eu prometo”...
E eu fecharei meus olhos, meu sorriso brotará dos meus lábios, e finalmente,
A dor desaparecerá e eu irei feliz...
...
...E sempre haverá o sol que insiste em nascer iluminando a vida,
E sempre haverá a noite
(que amo tanto),
Sorrateira
Reinando sobre os leitos dos que almejam por mais um dia...
A vida continuará seu curso....
Sempre.
...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

sábado, 31 de janeiro de 2009

Can u keep a secret?



Consegui fugir do meu mundo...
dos meus problemas
e da minha própria vida.
Escapei da tristeza
que corroía minha alma
e imaginei a perfeição...
diante da imperfeição.
Encontrei um refúgio para meus temores.
Depositei-os aqui, e os vi esvaindo-se...
um a um... pouco a pouco.
Criei um recanto de letras...
onde posso banir o que eu desejar,
meus fantasmas e meus demônios
que insistem em me atormentar.
Esse meu refúgio não é real,
e também não desejo que o seja.
Desejo apenas, depositar nele
toda minha loucura e minha insanidade
para encontrar o equilíbrio novamente.
É aqui, que todos esses fantasmas,
Demônios e sentimentos monstruosos
que o mundo fez questão de colocar
no palco de uma vida,
é aqui que eles irão permanecer.
E daqui, ninguém vai tirá-los!
(°broken°)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009



Cada vez mais só...

Enquanto outros lamentam pertencer nesse estado de vazio impregnado em suas vidas, descrevendo sua própria miséria humana, insignificância, inutilidade e impotência, solidão de suas almas abandonadas pelo mundo a esmo, eu delicio-me no vazio!
Brinco com ele e aproveito-me de todo seu espaço, especialmente e exclusivamente disponibilizado para mim.
O caos da solidão é um evento criado pela própria humanidade. Estar sozinho no meio da multidão é estar vazio na plenitude do mundo.
...
Deveras, não sou insensível a ponto de não procurar meus “porquês”, de sentir-me
plena, no meio do vazio, antagônica ao resto do mundo...
Porém, o vazio não é o sinônimo do nada... nem ao menos, da falta do tudo...
Vazio é “todo um espaço” a ser preenchido... e por que não divido? Depende de você o que irá colocar nele, ou não! Pode parecer insano aos olhos alheios, especialmente aos normais, alguém sentir-se perfeitamente à vontade, onde a maioria das pessoas enlouqueceria... mas não o é para mim...
Encontro em mim, e em outros iguais a mim, a resposta para esse sentido que e parte da humanidade desconhece: Não temer a solidão!
(°Broken°)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009



..."Tu que pensas que és gente,
que me olhas de soslaio como se o teu olhar pudesse classificar,
tu, ignóbil ser que de baixo queres parecer em cima,
tu, sempre tu, tens na gramática o que a vida te ofereceu em ignorância,
tu, ó sábio que por tudo e por nada opinas,
tu que me olhas como se me pudesses reprimir,
tu, ó pobre rejeição de todos e dos demais,
tu, devasso de ideias e de sucessos, deixo-te com o olhar,
tu, só, e de mim recordarás o que agora vês,
tu, e se disso aproveitares uma parte saberás,
tu, que não eras tu quem olhava.."
Impossível ler esse texto, "saborear" as palavras "acusando" alguém, facilmente, alguém que caiba perfeitamente nessas linhas (outrem).
Porém antes disso, olhar o espelho, e recitar o conteúdo "desta" para quem o vê, certamente pode ser revelador. (Ou não!)
Sabedoria é jamais deixar a "essência" perder-se no caminho...
(°Broken°)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009




Não me tomes em vão...
Eu tenho meu lugar no mundo...
Solidão!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


Amor e Paixão...


Paixão é posse, é confusão...
Amor é liberdade, é ternura!
Paixão é devaneio, é loucura...
Amor é carinho, é doação!
Paixão é querer controlar tudo...
Amor é ter certeza que o outro vai voltar!
Paixão é como tempestade...
Amor é uma chuva leve, uma brisa suave!
Paixão é avassaladora e até perigosa...
Amor é cumplicidade, é amizade!
Paixão faz ferver todo seu íntimo...
Amor te acalma, serena e faz sorrir!
Paixão pode ser um sentimento ruim...
Amor... é maior que o céu!
Paixão faz o outro sofrer...
Amor te faz querer ser melhor!
Paixão prende e sufoca...
Só o amor nos deixa livres!
Paixão é sofrer... É dor...
Amor é felicidade... é renascer!
(°Broken°)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Prolixidade humana


Graças a maturidade intelectual, as pessoas, em geral,
desenvolvem pensamentos inteligentes e é muito bom,
quando sentimos, ter conseguido "tocar" alguém,
mesmo sem intenção. Obrigamos, inconscientemente,
à expressão simbolizada daquilo que as destrói por dentro
dando-lhes chance de expor a sua "essência".
É sempre preferível que se desintalem, ainda que,
muitas vezes, o façam pelo avesso.
Dizendo, efetivamente, o que pensam e sentem,
naquilo que, fica por dizer no que não disseram.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Selvagem


"Solta os dragões de fogo que abrigas
deixa-os voar, à tua volta abrir asas
E no espaço aliviar seu peso e teu ardor.
Não acredites que são veneno,
Apenas parte do teu ser atávico
E selvagem que tens que reconhecer
Para que a negação não
Te aperte em mais dor.
Ora vê: são seres alados:
Têm asas e aspiram às alturas.
Assim como tu,
Com direito à explosão,
Para dares a vez à quietude..."

A um ausente


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que
rompeste e sem te despedires
foste embora..
Detonaste o pacto!
Detonaste a vida em geral!
A comum aquiescência de viver
e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo, sem consulta,
sem provocação até o limite
das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora!
Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas
que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação,
o ato em si, o ato que não
ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade
de ti, de nossa convivência em falas
camaradas, simples mãos apertadas,
nem isso, voz modulando sílabas
conhecidas e banais que eram
sempre certeza e segurança.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis
da amizade e da natureza
nem me deixaste sequer
o direito de indagar
porquê o fizeste!
Porquê foste!

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ares de Janeiro


Mais um ano acabou feito nuvem que se esfuma.
É o início de outro que vem tomando seu lugar, onde serão construídos sonhos e promessas
de noites acordadas, de dias de espera, manhãs de agonia, tardes de esperança, madrugadas de tristeza, momentos de alegria, horas de trabalho, tempo de aprendizado, conquistas, realizações, decepcões e de tentativas.
Permanecem as estrelas, a noite escura, o raiar do sol...
Permanecem os momentos, os sentimentos, fragmentos de uma realidade que ainda se viverá...
Ficarão na memória guardados a vida que desfilou no palco do mundo onde cada um guardará suas próprias lembranças dos momentos que viveu...

Não deixo de escrever as página da vida enquanto ela permanecer alegremente em mim e eu nela...