domingo, 2 de agosto de 2009



Despi minh’alma para o último sentimento sepultado no coração.
O desafeto.
Recebi-o de braços abertos, e que se fizesse festa dentro em mim
por uma e última vez.
Mas era o desafeto... Queria algo de mim que não o podia dar-lhe.
Então roubou-me.
Traiçoeiro.
Supliquei-te: Traga-me de volta, devolva-me o que levaste de mim, sem piedade.
Ouvi o eco na escuridão. Querias matar-me, por certo.
Não era imortal, nem era mortal. Não era a sombra, o vazio. Era o nada.
Supõe que faças uso do que me pertence contra mim?
Lembre-se de que conheço perfeitamente as armas que agora detém.
Eram minhas.
Não fui ingênua ao oferecer-te abrigo. O fiz porque era preciso.
Não houve sacrifício, houve veracidade.
Era apenas o último sentimento.
Não era nada.

Esta noite, deixarei minha porta aberta...