sábado, 27 de dezembro de 2008

Era um lugar onde não havia luz... nem escuridão. Era tão perto do céu, quanto da terra.
Poderia usufruir de uma existência mágica... As chamas, que porventura flamejassem o coração, eram extintas com sopro do vento.
Os desgostos da alma eram substituidos por amor.
As tristezas esquecidas com olhares de sabedoria. As lágrimas era beijadas pelo sol. A morte,era tomada pelas mãos e conduzidas para o céu. As palavras eram acompanhadas com acordes de chuva. Não haviam noites, não haviam dias...
Ouvia pensamentos, sorria com a natureza, descobria segredos e os guardava no coração, provava o gosto do sal, do sol... e das estrelas.Possuía asas gigantes de penas longas e brilhantes que quase lhe tocavam os pés, oferecidas como presente de beleza e esplendor. Podia disparar contra as nuvens, ou sumir no azul. Mas um dia, esvaiu-se a razão!
O céu se trancou, as asas não obedeceram, embateram com toda a força num enorme raio de luz... E foram destroçadas para sempre. Lágrimas grossas rolaram pelo rosto... Mas não havia mais o sol, para o beijo na face e o consolo da sabedoria. Nunca mais poderia voltar ao lar... Nunca mais conseguiria voar.
Lentamente, as asas foram dobradas com jeito, envolvendo-as no corpo nu. As feridas ainda latejavam sob seus joelhos, os olhos cegava entre a luz e a escuridão, dos ouvidos ecoavam gritos, os próprios gritos. Nunca havia sentido tanta felicidade!
Estava amando pela primeira vez..