Poderia usufruir de uma existência mágica... As chamas, que porventura flamejassem o coração, eram extintas com sopro do vento.
Os desgostos da alma eram substituidos por amor.
As tristezas esquecidas com olhares de sabedoria. As lágrimas era beijadas pelo sol. A morte,era tomada pelas mãos e conduzidas para o céu. As palavras eram acompanhadas com acordes de chuva. Não haviam noites, não haviam dias...
Ouvia pensamentos, sorria com a natureza, descobria segredos e os guardava no coração, provava o gosto do sal, do sol... e das estrelas.Possuía asas gigantes de penas longas e brilhantes que quase lhe tocavam os pés, oferecidas como presente de beleza e esplendor. Podia disparar contra as nuvens, ou sumir no azul. Mas um dia, esvaiu-se a razão!
O céu se trancou, as asas não obedeceram, embateram com toda a força num enorme raio de luz... E foram destroçadas para sempre. Lágrimas grossas rolaram pelo rosto... Mas não havia mais o sol, para o beijo na face e o consolo da sabedoria. Nunca mais poderia voltar ao lar... Nunca mais conseguiria voar.
Lentamente, as asas foram dobradas com jeito, envolvendo-as no corpo nu. As feridas ainda latejavam sob seus joelhos, os olhos cegava entre a luz e a escuridão, dos ouvidos ecoavam gritos, os próprios gritos. Nunca havia sentido tanta felicidade!
Estava amando pela primeira vez..